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A Garota Alemã [Armando Lucas Correa]



O livro conta a história de Hannah, em 1939 na Alemanha e de Anna, 2014, em Nova York.

Hannah é uma menina de 11 anos que tinha uma vida boa em Berlim, frequentando altos círculos sociais, mas de repente tudo muda quando eles são vistos como "raça impura". 
Soldados nazistas estão por todos os lados e não conseguem refúgio em lugar algum. Mas mesmo assim, com a única esperança que tem, tentam ir para Cuba, embarcando no St. Louis sem saber se vão viver ou morrer. 

Anna, também uma menina, de 12 anos, não tem uma vida fácil, seu pai é falecido e sua mãe passa a maior parte do tempo na cama. Também tudo muda quando ela recebe uma carta de uma tia-avó do seu pai e seu conteúdo as inspira a ir visitá-la... em Cuba. 


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A primeira parte do livro achei bem parada, cada capítulo é de uma das meninas, mostrando sua vida antes das coisas mudarem. Entendo que é necessário mostrar um pouco de cada uma antes das coisas acontecerem. Achei a dinâmica de fazer cada capítulo diferente, gostei. 

A segunda parte é só da Hannah, mostrando sua saga no St. Louis até chegarem em Cuba. Essa parte é mais interessante, pois vai mostrando a tensão de ir para um novo continente. No meio do caminho as coisas começam a ficar complicadas sobre a entrada dos refugiados em Cuba e essa tensão prende a atenção. A segunda parte termina no clímax desse dilema, se Hannah e seu amigo Leo vão se ver novamente um dia. 
Porém, eu acho que a forma como o escritor (ou tradução da editora) colocou os pensamentos de uma menina de 11 anos muito adulto, posso estar errada, mas não vejo uma menina de 12 anos usando palavras como "ilusões patéticas", fora uns raciocínios muito sombrios. 

A terceira parte volta na dinâmica entre as duas meninas. Com Hannah seguindo a vida e Anna também. 
Gostei muito dessa parte, pois conseguimos entender que fim levou algumas pessoas importantes na história e como se seguiu a vida de Hannah depois do St. Louis. 

A última parte é a mais tocante do livro, em questão de história e onde encerra a participação de cada personagem. Há também a história do navio e algumas fotos. 

Achei muito legal de conhecer essa história e saber que o St. Louis realmente existiu e que muita coisa do livro foi real. Essa história não pode ser esquecida. 

No fim, gostei do livro, mesmo achando o começo meio parado. O autor conseguiu criar um enredo sem pontas soltas em cima de um fato histórico, achei ótimo. 


#agarotaalemã #resenhadelivro #leitura

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